One Piece é o mangá/anime mais popular no Japão, sim mais popular do que Dragon Ball. Também é uma das séries com um dos elencos mais cativantes e com maior variedade de visuais e poderes, sem contar que quase todo capítulo traz uma novidade. Infelizmente nunca houve um game realmente bom da franquia. Será que One Piece: Unlimited World Red, o quinto jogo da série Unlimited, veio pra mudar essa história? Unlimited World Red foi desenvolvido pela Ganbarion e publicado pela Bandai Namco, o game está disponível no Playstation 3, Nintendo 3DS, Playstation Vita e Wii U (essa é adquirida apenas no eshop). A versão aqui testada é a do Wii U. Só pra constar a versão do Wii U só tem como extra passar o jogo da TV para o Gamepad e vice-versa. Nada de mapas na tela do controle ou algo do tipo. Um desperdício já que na versão do 3DS há um mapa na tela de baixo, é possível organizar itens e ver o status de seus personagens. Vale também deixar registrado que há “data-link” entre a versão do 3DS e Wii U, você pode passar o save do 3DS para o console de mesa da Nintendo.
O título é uma competente mistura de ação e exploração, tudo fácil e acessível. Então é moleza entrar nessa jornada, mas você vai querer acompanhar o futuro rei dos piratas, Luffy, nessa empreitada? Para os fãs, a resposta é com, 98% de certeza, sim. E para os não familiarizados há um bocado de razões para embarcar nessa aventura que iremos discutir mais a frente. Assim como qualquer outra adaptação de mangá/anime hoje em dia, esse game é cheio de referências à obra. Aqui temos uma história original baseada na franquia criada por Eiichiro Oda. Ah, os visuais de Pato, Red e Yadoya foram criados pelo próprio autor. Agora vamos uma breve sinopse da jornada que te espera. Os Chapéu de Palha encontram e fazem amizade com um guaxinim maroto chamado Pato que possui o misterioso poder de criar qualquer coisa do nada, quer dizer, quase do nada, ele precisa de uma folha para tal. Luffy e sua trupe decidem ajudar Pato em sua missão ambígua de “encontrar um certo alguém”. Pato leva os Chapéu de Palha para a Ilha Esquecida, onde os heróis, com exceção do capitão Luffy, são capturados pelo vilanesco pirata chamado Conde Red, que havia escapado das profundezas de Impel Down dois anos atrás. Com ajuda de Pato, Luffy tem que lutar para recuperar Zoro, Nami, Usopp, Chopper, Nico Robin, Franky e Brook das garras do inimigo. Quais serão os verdadeiros planos malignos de Red?
Red, um dos personagens originais criado por Oda exclusivamente para esse game
O jogo tem influências de Monster Hunter em partes de sua estrutura. A estranhamente nomeada Transtown é o centro do jogo, onde você pega diferentes missões e compra novos equipamentos antes de embarcar em uma nova missão. Unlimited World Red também inclui pescaria, pegar insetos, jogo da memória… Mini-jogos que dão uma boa diversidade do que fazer nesse mundo. O game também tem elementos de RPG, há meios de aumentar suas habilidades se você estiver tendo problemas subindo de nível. Além de bugigangas que provém aumento no dano de seus personagens, defesa, cura, etc.
As missões são sempre em fases temáticas, tipo um deserto ou uma floresta, e no final você enfrenta um chefe ou adquiri uma quantidade de recursos num limite de tempo. O combate do jogo lembra bem Dynasty Warriors, ou seja, é um musou, jogo em que você enfrenta uma quantidade absurda de inimigos ao mesmo tempo com combos e ataques especiais. Se bem que em Unlimited World Red a quantidade de inimigos na tela é bem reduzida em comparação ao musou tradicional. Em compensação os combates são mais dinâmicos e menos repetitivos que um Dynasty Warrior da vida. Outra diferencial é que é possível fazer ataques em equipe, que ajudam a limpar a tela ou encarar um chefão. Acaba que a mistura de exploração e ação é bem bacana, e gera um jogabilidade deveras interessante. Sim, deveras.
O combate não é perfeito, contudo a variedade de personagens selecionáveis deixa a jornada de mais de 10 horas bem agradável. Luffy e seu corpo elástico trazem ataques rápidos, agilidade, e o comilão ainda pode inflar para desviar projéteis. Ussop ataca a distância, possui um modo de atirar em primeira pessoa e corre bem rápido, facilitando fugir de situações complicadas. Já Robin pode usar asas para flutuar, paralisar inimigos… Como pode ver, a variedade de jogabilidade é bem grande e utilizar Luffy e seus nakamas é bem divertido. Não há combos complicados, o que pode desagradar quem gosta de uma variedade grande de golpes em um personagem, mas como você irá controlar uma gama considerável de piratas, isso não é um grande problema.
O game tem uma dificuldade tranquila na maior parte do tempo, ainda mais que você tem seus aliados praticamente o tempo todo te ajudando. Os chefes são o desafio principal do jogo. Esses adversários vão te causar problemas se você demorar para identificar o padrão de seus golpes, e em alguns deles, Blackbeard por exemplo, irão precisar de mais de uma tentativa para derrota-lo. As porradas dos chefes doem um bocado, contudo o jogo tem um desvio bacana que facilita nessas situações, algo que faz com você evite todo o dano, na maior parte do tempo pelo menos. Só lembrando que ,se você desviar sem pensar, você pode ficar com a guarda aberta. Então tente variar com a defesa quando necessário.
E se você estiver de saco cheio de ficar correndo por fases enormes, o modo Coliseu fornece uma mudança mais que bem vinda. Tendo sua própria narrativa, onde você irá encarar a arena de Donquixote Doflamingo, vai encarar os chefões do modo principal do jogo além de Fujitora e o próprio Doflamingo. E Trafalgar Law, o pirata médico e um dos novos Shichibukai, é jogável nesse modo. E quanto mais vitórias você adquirir nesse modo, tu poderá utilizar mais personagens na arena, como Boa Hancock e Jinbe. Pode acreditar, esse modo extra com ainda mais personagens jogáveis é mais divertido do que pode parecer a primeira vista.
O coliseu de Doflamingo e Law jogável são boas adições que não haviam na versão japonesa e original do jogo no 3DS. A versão de 3DS americana já vem com esses bônus.
O jogo é bem colorido, com um cel shading bacana, mas tem um bocado de texturas com baixa resolução. Isso é resultado do game ser uma port do 3DS. No portátil ainda da para perdoar, mas a iluminação nos consoles de mesa e no Vita é triste. Pelo menos a arte é viva e vibrante, é como se você se estivesse jogando o anime, mas poderia ser mais polido. O game ainda possui modo co-op, você pode jogar com um amigo, só local, nada de online, no modo Story ou no Coliseu.
Esse é um game diferente dos musou tradicionais, e isso é bom. É uma obra que mostra para One Piece: Pirate Warriors 2, até então aclamado como o melhor jogo de One Piece pelos fãs, como se faz um game realmente bom e com variedade. Contudo, Unlimited World Red não é perfeito, claro. O game não tem uma jogabilidade tão profunda, o frame rate (quadros por segundo) cai as vezes quando tem muitos inimigos na tela, a dificuldade é mediana e tem bastante conteúdo. Só para constar a campanha principal oferece umas 11 horas de jogatina, o coliseu umas 5, sem contar as missões paralelas que sobem o tempo de diversão para bem mais. É um jogo descompromissado, simples, que tem uma boa dose de diversão. Para os fãs, é obrigatório e quem não é, também irá se divertir com os Chapéu de Palha nesse mundo bizarro e diferente.
Nota: (4 / 5)
Confira nossos reviews de One Piece: Romance Dawn (3DS), J-Stars Victory VS (PS3/PSVita), Child of Light (Wii U/PS4/XboxOne/360/PS3/PC) e outros. É isso aí e até a próxima!
Trailer desse game que supera, em muito, o de padrão de jogos licenciados em franquias famosas