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Crítica – Thor: O Mundo Sombrio (2013)

by on novembro 2, 2013
 

O primeiro “Thor” (2011) de Kenneth Branagh foi um bom e leve filme, com muitos clichés, despretensioso e bem humorado, alguns poderiam argumentar que até demais. Lá vimos um ser bonitão e com poderes divinos aprendendo a deixar a soberba de lado e ser mais humilde (de maneira um tanto rápida). Além de lidar com as artimanhas de seu meio irmão, que já roubava o show naquela época, Loki. Thor e o vilanesco Loki retornaram juntos de outros heróis da Marvel em “Os Vingadores” (2012) e a história de bilhões de dólares foi feita. E agora o que podemos esperar do deus do trovão? Em “Thor: O Mundo Sombrio” (“Thor: The Dark World” no original) de Alan Taylor (diretor de vários episódios de “Os Sopranos” e “Guerra dos Tronos”)  tudo está em uma escala muito maior, é um filme de guerra, e com um tom bem diferente do primeiro filme, contudo, ainda há muito espaço para o humor.

O filme, como todos os outros da Marvel nessa “segunda fase” de produções, faz muitas referências a “Os Vingadores”, com uma participação do “Capitão América”, ou alguém “parecido” com ele. E sim, há uma aparição de Stan Lee, sem sapatos, no longa. Bem, com isso fora do caminho, finalmente vamos falar do que se trata essa produção.

Um ano se passou desde “Os Vingadores”. Thor agora batalha através dos Nove Reinos para consertar os danos que Loki causou no longa anterior. Mas o verdadeiro combate que o deus do trovão terá de enfrentar são inimigos mais antigo que a próprio universo, Malekith e seus elfos negros. Para enfrentar esse adversário que nem mesmo seu avô Bor conseguiu sobrepujar por completo, Thor contará com a ajuda de seu interesse romântico Jane Foster (a deliciosa Natalie Portman), que esta infectada com uma energia ancestral e de interesse dos elfos negros. Além de seu par romântico, Thor contará com a ajuda de seu meio irmão Loki. Será que o deus do trovão poderá confiar em seu parente traiçoeiro?

O filme funciona porque a Marvel sabe escalar as pessoas certas para o papel. Nas mãos erradas Thor seria um personagem ridículo, entretanto Chris Hemsworth sabe fazer o personagem funcionar, graças a seu charme e elegância. O ator consegue transitar entre o drama e a comédia com uma facilidade impressionante.  Mesmo assim, o filme é de Tom Hiddleston, o ator que dá vida a Loki. O personagem tem um tratamento à la Magneto em X-Men 2, ou seja, o de um aliado perigoso que você tem de se unir a ele para encarar um mal maior. Todas as cenas em que o ganancioso e orgulhoso personagem não está presente, a produção perde. O filme seria imensamente melhor se tivéssemos menos elfos e mais Loki. Acredito que se o longa fosse apenas “O Show de Thor e Loki” teríamos algo superior do que temos em “Thor: O Mundo Sombrio”, pois a troca de diálogos e a tensão entre esses personagens são os melhores momentos da obra.

Malekith, interpretado pelo talentoso, apesar de que aqui não tem a chance de mostrar tudo que sabe, Christopher Eccleston (o nono doutor em Doctor Who), é um antagonista nos moldes da Al-Qaeda. Um fundamentalista  que a causa é justificativa para tudo, ele e seus seguidores estão dispostos a morrer por seus ideais. Infelizmente é um vilão um tanto genérico, e fica difícil ter alguma simpatia por ele. Todavia o combate entre Thor e Malekith é fantástico, ver o embate desses dois seres super poderosos é incrível e surreal. Apesar que a luta não chega a escala de poder do combate de Zod e Super Homem em “O Homem de Aço”.O que deixará alguns fãs mais irritadiços aliviados, pois a cidade não fica em frangalhos como no filme da distinta concorrência.

O filme é mais sombrio que o primeiro, têm mortes, Asgard é um lugar bem menos acolhedor do que no filme original e há momentos de tensão.  Entretanto está longe de ser um filme dark. Os reclamões irão dizer que o filme perde tempo com a sugestão de um “triângulo amoroso” que vai pra lugar nenhum, a trama é um tanto repetitiva, que a ciência e magia do filme não fazem muito sentido e que o vilão desperdiça as chances de vitória. Mas faça como o próprio filme, não leve as coisas a sério demais. O humor ainda é o elemento que a salva esse filme, como muitas produções da Marvel,  é o que equilibra as cenas de ação e drama do longa quase perfeitamente. Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura.

Como de praxe há uma cena extra nos créditos. Correção, dessa vez são duas cenas extras, uma no comecinho dos créditos e uma no pós créditos, mostrando o que vem por aí. Agora é aguardar “Capitão América: O Soldado Invernal” e “Guardiões da Galáxia” em 2014 e no longínquo 2015, “Os Vingadores 2: A Era de Ultron”.

Nota: 4/5

 Trailer oficial

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