O cineasta David Cronenberg afirmou que ele faz filmes mais “pessoais”, mais íntimos e verdadeiros dos que os do falecido Stanley Kubrick (1928-1999), um cineasta que, em sua opinião, não entendia bulhufas sobre o gênero terror. As declarações foram dadas ao jornal “The Toronto Star”.
“Eu acho que sou um diretor mais intimista e pessoal do que Kubrick foi”, fala com toda humildade, só que não, Cronenberg, cujo currículo inclui o genial “A Mosca” (1986) , “Gêmeos – Mórbida Semelhança” (1988) e o muito “bueno” Marcas da Violência (2005).
“Por isso é que eu não acho ‘O Iluminado’ um bom filme. Eu acho que ele [Kubrick] não entendia o gênero [do terror]. Eu acho que ele não entendeu o que estava fazendo. Havia algumas imagens impressionantes no livro e ele entendeu isso, mas acho que não sentiu de verdade.”
O novo mandamento para ser um hipster descolado hoje em dia é falar mal do filme “O Iluminado” de Kubrick.
Tirando o autor do livro, ninguém tem o direito de ficar destratando a obra a torto e a direita.
Segundo Cronenberg, embora Kubrick seja reverenciado como um “artista cinematográfico de alto nível”, o cineasta era, na verdade, alguém que só sacava do mercado, um ser com uma visão “comercial”.
“Ele era muito obcecado com isso [filmes comerciais], a um ponto que eu não sou. Nem Bergman nem Fellini eram.” – afirmou o diretor compartilhando com o mundo sua simplicidade e modéstia, só que ao contrário. Pô falar de um morto é fácil Seu Cronenberg, mas que dor de cotovelo, hein?
Não é a primeira vez que o filme “O Iluminado” (1980) é esculachado. O autor do livro no qual o longa é baseado, Stephen King, adora de tempos em tempos falar mal dessa obra prima (aliás, confira a última vez aqui), dirigida pelo novo alvo da garotada, Kubrick, e estrelado pelo genial Jack Nicholson.