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Crítica – Blue Jasmine (2013)

by on novembro 15, 2013
 

Jeanette, ou melhor, Jasmine (Cate Blanchett), é uma socialite de Nova York, que vive de fazer grandes eventos, jantares e assinar qualquer papel que seu marido Hal lhe passa. Correção, vivia, pois seu ex-marido foi preso pelo FBI devido a um esquema de lavagem de dinheiro e Jasmine perdeu toda sua riqueza. Numa situação indo de mal a pior, cabe a ex-rica pedir socorro para sua pobre irmã, adotada, assim como ela, Ginger (Sally Hawkins) que vive com seus dois filhos em um pequeno apê em São Francisco. Claro que Jasmine odeia profundamente sua situação atual, e sente-se humilhada ao ter que trabalhar como qualquer mortal, todavia não espere uma jornada que irá levar o personagem a ser uma pessoa melhor. Alguns cinemas estão vendendo esse filme como uma comédia, entretanto não se engane, apesar de haver pinceladas de humor nesse longa, isso é uma drama, ou melhor uma tragédia. É  observar um ser humano se auto destruir, ignorando fatos, se achando melhor do que os outros e sempre tentando conseguir o que quer via mentiras. É uma história sem panos quentes, aqui os personagens sofrem as consequências de seus atos, e a maioria das pessoas não perdoa, é um retrato triste de uma bela dama que teve tudo um dia, mas esse tudo era muito frágil, e estava destinado a desmoronar.

As personagens femininas são os pontos fortes da trama, os homens nesse filme são apenas coadjuvantes bobos ou sem muita expressão, que nunca compreendem perfeitamente a alma dessas mulheres. Um detalhe interessante é que o filme tem alguns pulos temporais no qual você acompanha um flashback que explica o que Jasmine está sentindo naquele momento, e como ela é presa à vida antiga que tinha. A trilha toda da obra é o blues, e nada mais perfeito para acompanhar um filme que mesmo tendo ótimas tiradas de humor com a elite americana e a classe baixa de São Francisco, no fundo tende para algo triste. Cate Blanchett da vida a uma bela dama que varia em todos os tons, de uma endinheirada bem vestida e leviana até a uma mulher aos frangalhos, consumidora de Xanax e a beira de um ataque de nervos. Louis C.K faz parte do elenco, mas infelizmente tem uma participação muito curta, interessante, mas Woody Allen poderia ter aproveitado melhor o sarcasmo desse humorista de sucesso. Jasmine sabia a letra de Blue Moon, que para ela combinava consigo mesma, mas em sua cabeça agora o som esta todo misturado, e só ela não percebe que com a música nesse estado, Blue Moon nunca a refletiu tão bem.  Jasmine é uma pessoa falha, que causa grande parte de seu drama a si mesmo,  com muitos defeitos, e praticamente sem salvação, e justamente esse despretensão em fazer uma personagem perfeita, torna o filme imperdível.

Nota: 4/5

Trailer de Blue Jasmine

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