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Crítica – How Big, How Blue, How Beautiful (Florence + the Machine, Pop/Rock, 2015)

by on junho 18, 2015
 

A banda britânica de indie pop Florence and The Machine (ou Florence + the Machine) mistura diversos ritmos e experimenta com uma vasta gama de instrumentos. Liderados pela ruiva Florence Welch e contando com a contribuição de Isabella Summers (A Machine do nome do grupo, o apelido dela é Isa Machine), Tom Monger, Robert Ackroyd, Christopher Lloyd Hayden, Mark Saunders e Rusty Bradshaw, esse conjunto tem experimentado sucesso desde sua formação. Com letras poéticas, profundas e envolventes, o disco novo é muito esperado pelos fãs e a cobrança é alta, devido a qualidade dos trabalhos anteriores. “How Big, How Blue, How Beautiful” (chamados pelos fãs de HBHBHB para facilitar) é o terceiro disco da banda e traz a essência de Florence + the Machine, mas será que isso é o suficiente? Vamos aprofundar nessa jornada com Florence e sua trupe e ver se vale a pena adquirir o álbum novo.

HBHBHB é o álbum mais pessoal dos três da banda, pelo menos até então. Florence Welch expõe sua fragilidade nas canções e graças a sua rica e bela voz as músicas continuam sendo extremamente belas de ouvir. Florence é uma cantora energética, às vezes até demais, e junto com o resto da banda transmite um dinamismo único nesse trabalho. O produtor Markus Dravs, que também produz grandes bandas como Coldplay e Arcade Fire, ajudou na composição desse álbum e decidiu deixar as músicas com um som mais orgânico e focando apenas nos instrumentos essenciais. O álbum anterior, Ceremonials, era grandioso, com muitos instrumentos e barulhos, já HBHBHB é mais comedido, mas no melhor sentido possível. Essa precisão do produtor, que permitiu alguns momentos de silêncio nas músicas, funcionou na concepção de um disco completo em, praticamente, todas as partes.

A fodástica “Ship To Wreck”

Esse álbum é focado em contar através de suas músicas paixões destinadas ao fracasso, como visto na já emblemática “St.Jude” (perdão pela tradução, mas vamos lá): “E eu estou aprendendo, por isso vou embora/ Mesmo que eu esteja sofrendo/ Estou tentando encontrar o sentido/ Deixe que a perda o revele/ Deixe que a perda o revele”. É possível ver nesse pequeno trecho um pouco da vida pessoal de Welch e como ela está cada vez mais direta, honesta e crescendo em suas composições.

Welch encheu HBHBHB de sentimentos, é um álbum lírico e poderoso. Será difícil que em 2015 a gente seja presenteado com uma letra melhor do que a da trágica “Ship to Wreck”: “Oh, meu amor, lembre-me, o que foi que eu fiz? Eu bebi demais, eu estou perdendo meu chão, comprei um navio para afundar?”. Isso é HBHBHB, um trabalho cheio de frases memoráveis e incrivelmente instrumentado. Outro destaque desse terceiro disco é a música “What Kind of Man”, mas há tanta coisa boa nesse álbum que aprofundar só em algumas músicas é um crime e eu não tenho capacidade de dar o destaque merecido para todas. Ok, para ser justo, nem tudo são flores, “Long & Lost”, “Caught” e “Hiding” são músicas que abusam de sua estadia e acabam soando meio chatas. Não são ruins, no entanto não se comparam com o resto do álbum.

O charme de Florence Welch é como ela mistura homogeneamente suas crenças exotéricas, metáforas ritualísticas, relacionamentos, amor e drama. Com essa cantora de cabelos avermelhados no manche dessa embarcação chamada Florence + the Machine não há como essa banda perder suas raízes e qualidades, mas sem deixar de evoluir. HBHBHB não apela para as explosões sonoras e vocais dos álbuns anteriores, mas compensa com letras profundas, bem escritas e melodias que exploram a importância de momentos de silêncio. É um disco mais maduro e extremamente belo, sem esquecer a energia e a animação tão característica de Florence + the Machine. Recomendadíssimo.

A bela e triste “What Kind of Man”

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