Thor – O Mundo Sombrio (Thor – The Dark World) é o último grande filme de super-heróis de 2013, mostrando o retorno do deus do trovão depois de sua aparição em Os Vingadores. O grande desavio do estúdio Marvel e do diretor Alan Taylor foi conseguir manter o personagem em alta, e entregar uma obra superior ao mediano primeiro filme do herói.
O plot é construído sobre os eventos pós-Vingadores, onde Loki (Tom Hiddleston) está preso e Thor (Chris Hemsworth) passa anos em batalhas nos Nove Reinos, procurando restabelecer a paz. Combinado a esse panorama, há o regresso dos Elfos Negros, raça que busca mergulhar o universo nas trevas por meio do artefato chamado Éter.
O roteiro do filme se apoia em alguns momentos em um excesso de coincidências convenientes, visando facilitar certas ligações dentro da história. Destaco a preguiça ao ligar Jane Foster (Natalie Portman) e o Éter, a chance dela chegar exatamente naquele local deve ser tão grande quanto de achar uma agulha em um universo 😀
Nesse segundo filme Asgard é o foco da maioria das cenas, tendo maior destaque que as na Terra. Inclusive a melhor parte, acontece exatamente na invasão do reino de Odin, que desencadeia uma série de acontecimentos importantes.
Os efeitos, cenários também são um destaque, principalmente quando comparado aos do primeiro filme. As batalhas também são mais bem executadas, mas não espere nada tão destrutivo e grandioso como em Superman – O Homem de Aço. Até as cenas cômicas estão melhores distribuídas, inseridas em momento apropriados, não ficando algo demasiado como em Homem de Ferro 3.
Thor nesse segundo filme solo consegue transmitir um herói mais amadurecido, com ações mais focadas. Cabendo a ele e Jane Foster a ligação entre os mundos e os personagens. Ela e os demais personagens da Terra ficam por sua vez com a função de realizar as explicações “técnicas” dos acontecimentos de alinhamento entre os reinos e justificar de forma simples a física envolvida.
Loki retorna, dessa vez com o peso que seu personagem conquistou dentro do universo Marvel nos cinemas (deve só perder para Tony Stark), tendo tanto espaço e importância como o seu irmão. Durante o filme, fica clara a preocupação em colocar o ponto de vista do personagem, assim como o desenvolvimento de suas atitudes e posicionamentos. Loki é sem dúvida um dos trunfos da franquia, roubando várias cenas, criando até cenas engraçados como sua ilusão de Capitão América. Além disso, proporcionar um excelente gancho para o futuro.
O substituto de Loki como vilão central cabe a Makekith (Christopher Eccleston), o rei dos elfos negros. O personagem acaba tendo espaço restrito, tanto a personalidade quanto as intenções do antagonista são rasas, cumprindo meramente a função de “ameaça a ser detida”, conheça mais dele aqui. Enquanto Malekith representa o poder mágico, o seu comandado Kurse é o físico, protagonizando batalhas de grande magnitude contra o herói, algo que não esteve presente na luta do Destruidor na aventura anterior.
Outros personagens como Odin (Anthony Hopkins), e os três guerreiros possuem uma participação um pouco maior comparado ao filme anterior, mas mesmo assim ficam em segundo plano, assim como um possível triângulo amoroso entre Thor, Jane e Sif (Jaimie Alexander) que não é nada chega a lugar algum. Na mitologia do herói nas HQs, há uma vasta quantidade de bons personagens que ainda não foram aproveitados como: Hela, Balder, Encantor, entre outros que mais uma vez ficam para próximos filmes.
Thor o mundo sombrio segue a fórmula básica dos filmes da Marvel, ou seja, alívios cômicos, cenas de combates com superpoderes e uma história simples e sem grandes pretensões, mas ao mesmo tempo não comete graves erros. E quando isso tudo é bem executado, como no caso, gera bons resultados, entregando um filme bem divertido, um “feijão com arroz” que não vai surpreender mais agrada no geral. Comparado com o filme anterior esse segundo entrega uma obra mais equilibrada, com escolhas mais acertadas, gerando maior fluidez ao longo da trama.
Esse bom resultado é um alívio, ainda mais levando em contas os problemas que aconteceram durantes as filmagens, desentendimentos com o diretor, refilmagens de cenas que contaram até com uma ajuda de Joss Whedon para acertar algumas coisas.
Já a cena pós-crédito tem toda uma estética peculiar, para não dizer chocante. A intenção é fazer um link com Guardiões da Galáxia, o filme de maior risco da Marvel até momento e introduzir definitivamente as joias do infinito, conhecidas nas grandes sagas cósmicas do universo Marvel nas HQs.
A Marvel retorna ao cinema em 2014 com Capitão América – Soldado Invernal em abril e Guardiões da Galáxia em agosto.