A quarta temporada de Walking Dead terminou dia 30/03 nos Estados Unidos, onde é transmitido pelo canal de TV por assinatura AMC. Já havia escrito que a primeira parte da quarta temporada teve seus problemas (veja a minha matéria aqui), será que essa segunda metade conseguiu elevar o nível do seriado? Texto com spoilers!!!
Essa segunda parte segue com os eventos pós-prisão, onde todos os personagens principais se separaram depois dos trágicos acontecimentos. Apesar de fazer total sentido, um grupo fragmentado é sempre complicado para manter um bom fluxo da trama, ainda mais no caso em que se formaram quatro núcleos. Mas, de modo geral, Walking Dead obteve êxito, inclusive conseguindo emplacar excelentes momentos, como a relação entre Rick e Carl após essa série de eventos que os abalaram tanto física quanto mentalmente. Já outros núcleos não acrescentaram nada de grande relevância, como Daryl e Beth, que, apesar da interessante proposta de confrontar suas histórias de vida tão opostas, acabou entregando um dos episódios mais chatos de todos já feitos.
Uma análise também válida é a mudança de postura que a série teve. Até então sempre sofreu com problemas de ritmo – lento e enrolado – e a obrigatoriedade de cenas de ação com zumbis, mesmo quando essas não cabiam naquele momento. Essa parte pós-governador conseguiu equilibrar mais esses fatores, além de adaptar de forma mais próxima vários dos momentos das HQs. Parece que finalmente encontraram o tom ideal.
Porém, nem tudo foi digno de elogios, houve também situações forçadas e mal elaboradas. Por exemplo, a conveniência de todos os grupos seguirem o mesmo caminho até o terminal, que até pode ser relevado, mas é um evidente atalho de roteiro. Entretanto, a cena em que o grupo de Meggie e Glenn chega ao seu destino e vão simplesmente passando por cercas, sem nenhum tipo de bloqueio por parte de qualquer pessoa, mostra uma ingenuidade descabida para o nível de ameaça que os zumbis representam, totalmente irreal para os padrões estabelecidos na série até então.
No geral o final de temporada foi satisfatório. Questões abertas foram resolvidas – Rick no modo berserk contra o grupo barra pesada ficou muito bom. A correlação dos momentos da vida “tranquila” na prisão, confrontados com a pesada realidade do momento e as escolhas morais realizadas por Rick ao tentar criar seu filho durante o apocalipse zumbi, foi outro ponto alto. E, para finalizar, dessa vez já deixaram tudo pronto para começar a quinta temporada de modo consistente e sem muitas pontas soltas.
Nas HQs esse arco de história que irá iniciar teve um desenrolar rápido comparado com outros momentos, como a saga da prisão. Mas no seriado esse não parece ser o caso, pois parece que o grupo rival tem toda uma estrutura, com muitos integrantes, que deve ser aprofundada. Como já perceptível pelo que se mostrou nesse último capítulo, o grupo que prendeu Rick e seus companheiros são pessoas que se tornaram canibais. No original, é explicado pela dificuldade em encontrar alimentos, que levou os integrantes do grupo a quase morrerem de fome, o que os forçou inicialmente a se alimentar de seus companheiros que haviam falecidos. No entanto, depois parece que se tornou um fato cada vez mais comum.
A quinta temporada de Walking Dead tem data de estreia marcada para outubro desse ano.